Histórias de Sherazade

Histórias de Sherazade

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Samurai














Samurai

Vem meu guerreiro
Mostre-me o que há por trás de seus mistérios
Honra. Justiça. Perfeição. Lealdade.
Mostre-me seu domínio sobre a arte do amor
A vida é limitada, mas nosso amor pode durar para sempre.
Ouça o som suave do shamisen
como o doce canto do meu amor
Tome a flor de cerejeira dos meus cabelos,
Faça-me atravessar os portões da eternidade
Olhe-me nos olhos e mergulhe dentro de minha alma
debaixo das cerejeiras em flor.
Nana Pereira






















Lembrança da infância
Pequenas flores
Vida que passa
Amores em mim
Pedaços de mim
Duas Anas,
Lantanas...

Nana Pereira

Kanaloa





















Madrugadinha
Sol ainda dorme,
Uma estrela pisca sonolenta
Kanaloa ainda sonha
Pássaros, peixes e flores
despertam para o grande dia
Canta o rouxinol,
Trina o bem-te-vi,
Gorgeiam os sabiás,
Uma onda gigante se espreguiça
Lana Nani usa seu colar furta-cor,
prepara o café forte,
Entoa suave música e repete:
Oluolu , Oluolu , Oluolu !


Nana Pereira


Kanaloa - deus do oceano e dos ventos
Oluolu - felicidade
Lana Nani - Nádia Mara

Receita de felicidade

A vida é breve
























Dá-me as estrelas do céu
Canta baixinho uma música
Entrelaça tua mão na minha
Tatua meu nome em teu coração
Escreva um poema de amor
Faça minha vida valer à pena
Brinca com meus cabelos
Escreva meu nome nos muros
Arranca-me um sorriso
Deixa eu dormir em teus braços
Que a vida é breve, que a vida passa
FEcha meus olhos com beijos
Ouça o meu coração
Tum tum tum tum tum
Tum tum tum tum
Tum tum tum
Tum tum
tum
...

Nana Pereira

Canto de amor



















Noite e dia
Sigo pensando em você
Brinco com versos,
invento poemas,
conto as estrelas,
banho na chuva,
Sempre pensando em você
Conto as horas, os medos
pinto a vida, as telas, os sonhos
Fecho os olhos, corto os cabelos
escrevo nas portas,
Canto alegre,
danço hula hula,
perco o bom senso,
Escrevo seu nome,
tomo café,
sorvo seus beijos,
inspiro seu cheiro
mato minha fome,
fome de amor...

Nana Pereira

domingo, 10 de agosto de 2008

Enfim, dia dos pais
























Eu tinha o costume de dizer que era uma mãe bombril, com mil utilidades
Era uma forma alegre de executar funções que não eram minhas.
Algumas vezes, senti-me sobrecarregada, mas nunca infeliz!
Aprendemos a bordar juntas, a fazer biscoitinhos, a ser feliz com o que tínhamos.
Sempre fui uma feroz defensora da importância da educação em nossa vida e vivia à espreita de novos livros de histórias, contos e tínhamos até uma noite de sarau.
Líamos em voz alta enquanto desenhávamos, todas as quintas-feiras.
Fernando Sabino e Guy de Maupassant estavam sempre muito presentes em nossas vidas.
Achava que a vida precisava de poesia e música, e num ato de extrema bravura financeira, comprei nosso primeiro órgão.
Ainda guardo no coração as músicas que eram tocadas especialmente para mim.
A casa se enchia de luz, alegria sem fim. Sentia-me a mãe mais sortuda do mundo.
Corri muitas vezes, para assistir as apresentações musicais, as festas anuais do colégio, mas as que ficaram marcadas foram as de cada formatura.
Persegui bolsas de estudo durante anos, descontos e vagas no curso de inglês, nas aulas de música, nas aulas de dança.
Acho que eu era uma maratonista incansável.
Nunca tive a intenção de fazer um papel que não fosse o meu, mas algumas vezes foi necessário.
Durante muitos anos recebi presentes no dia dos pais, dia dos namorados, dia das mães ,dia das crianças, além daqueles de Natal e de aniversário.
Todavia, o melhor presente foi ter minhas duas filhas.
Hoje é dia dos pais, só queria dizer da minha alegria de ainda ter um pai e sentir muito pelos pais que não aproveitam sua paternidade e a vivem plenamente.

Nana Pereira