Histórias de Sherazade
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Para músicos e sonhadores
Vou fazer uma sinfonia
Para músicos e sonhadores
Formaremos uma orquestra
de estrelas e pássaros cantores
O mundo inteiro despertará
Ao som da nossa melodia
O coro será formado de anjos,
O maestro, o rouxinol
Haverá harpas e violinos,
violoncelos e clarinetas
Tocaremos com emoção
O mundo será mais bonito
E o céu , cheio de constelações
de mínimas , semínimas e colcheias,
será como uma imensa partitura
iluminada pelo clarão da lua.
Nana Pereira
Bordado no céu
Bordado no céu
Com uma fina linha prateada
vou bordando a minha vida:
Separo o dia e a noite,
entre uma estrela e outra,
palavras amorosas,
uma casa no céu,
arrumo as flores
em cima da mesa,
Bordo uma vassoura mágica
para varrer o pó das estrelas,
danço no meio das nuvens,
como um pássaro que fugiu
de uma gaiola dourada.
Bordo uma estrela cadente,
faço um pedido bem simples:
- que você viva algum dia
dentro do meu coração...
Nana Pereira
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Os pombos de Santa Cecília
Não sei o quê acontece, mas quando reclamo dos pombos que invadiram meu pequeno quintal, muita gente me olha como se eu fosse uma criminosa, uma criatura sem coração e vão logo dizendo:
- O que seria da Praça de São Marcos em Veneza sem os pombos?
Pois vou responder:
- Primeiro , não moro em Veneza, moro na Santa Cecília, São Paulo, Brasil.
-Segundo, os pombos estão destruindo os monumentos de Veneza. Os excrementos das aves estão corroendo as estátuas e baixos-relevos das construções , várias esculturas fissuras, resultado de bicadas e arranhões – sobretudo no nariz e ombros das estátuas,que as aves venezianas usam como poleiros.
Eles são atração turística e segundo ouvi dizer, são muito fotogênicos.
O problema é que meu quintal não fica em Veneza e não tenho nenhuma pretensão de tirar fotos com eles.
Chamo de quintal, uma pequena área que tenho nos fundos do apartamento que é como se fosse uma varanda. É aberto ,e é onde ficam meus cavaletes , telas , pincéis e tintas.
Pois bem!
Os meliantes implumados usam os cavaletes como poleiros, as telas como banheiros e ainda acham que sou cruel?
No outro dia resolvi dar um ponto final nos arruaceiros !
Comecei lavando o quintal, o que significa retirar várias caixas, 12 cavaletes, telas e caixas com peças de cerâmica que uso para pintar.
Precisei lavar até as paredes!
Acreditem, em três horas meu atelier estava limpíssimo e eu exausta!
Qual não foi minha surpresa quando , no dia seguinte, recebi a visita de um casalzinho de pombos procurando um lar!
MAS QUE CARA DE PAU, GRITEI ENLOUQUECIDA!
Só porque a dita pomba é um pássaro, acham que é bonitinho, limpo e enfeita o ambiente, quando na verdade é um importante vetor de doenças e faz muita sujeira.
Meu sangue espanhol ferveu ,e imediatamente tive uma grande idéia : Borrifei removedor por toda a parte , nos quatro cantos do quintal, como se fosse um ritual de macumba.
Encharquei toalhas com o removedor e coloquei em locais estratégicos
Chameio o ritual de "Velho truque índio"!
Sabem que deu certo?
Livrei-me dos pombos, mas agora sou uma consumidora costumaz de removedor!
Se eles voltarem, estou até pensando em colocar uma fonte e começar a cobrar para deixar esse pessoal que acha os pombinhos umas criaturinhas adoráveis visitar meu atelier.
Acho até que vou começar a pintar pombos!
Nana Pereira
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Toda vez
Toda vez
Toda vez
Que você me diz adeus
Eu morro um pouco
Toda vez
Que você me diz adeus
vou à janela acenar
Nenhuma visão é mais triste
Parece que ouço meu coração
dizendo não vá!
E ainda assim o deixo partir
Quando você está ao meu lado
É como um imenso jardim florido
Rouxinóis de todos os lugares
Cantam o nosso amor
Não há música mais bela
Mas um silêncio profundo se faz
Toda vez que você me diz adeus.
Nana Pereira
Que você me diz adeus
Eu morro um pouco
Toda vez
Que você me diz adeus
vou à janela acenar
Nenhuma visão é mais triste
Parece que ouço meu coração
dizendo não vá!
E ainda assim o deixo partir
Quando você está ao meu lado
É como um imenso jardim florido
Rouxinóis de todos os lugares
Cantam o nosso amor
Não há música mais bela
Mas um silêncio profundo se faz
Toda vez que você me diz adeus.
Nana Pereira
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Ta fleur pour toutes les heures
Ta fleur pour toutes les heures
Como sonhar com a plenitude de uma vida completa, feliz, sem ventos contrários, sem marés vazantes ?
Como posso ter a felicidade se apenas sou frágil escudo contra as entranhas das noites frias?
Como posso querer ter a felicidade, se não sou o teu sonho ?
Quero ter a alma alva, leve, pura, suave,quero ser boa para ter a felicidade plena.
Anseio uma felicidade em profusão, mas sou tola e finjo que não enxergo o egoísmo estampado em tua face ,marcada pela indiferença e o descaso.
Quero a vida plena de alegrias, quero ser lábios sorridentes,livre de pesadelos, pintados com a cor vermelha das cerejas.
Quero ter ouvidos que escutem cânticos vindos dos céus,mas só ouço meu coração que sobrevive desgraçadamente sob as noites sem estrelas.
Quero espalhar da felicidade pelo chão , em forma de pétalas de rosas, onde pisam teus pés.
Mas teu o egoísmo infinito foge dos meus braços frágeis que se estendem pedindo abrigo e estão cansados de te esperar .
Quero - que imensa audácia - ouvir a voz do milagre, uma palavra pequena que seja, para meu coração que precisa ouvir,um sinal que diga que pela manhã a vida poderá renascer junto com o raiar da alvorada trazendo o perfume de uma esperança, a essência dos ventos divinos, um sinal divino dos céus.
Desejo a felicidade, mas como a terei se meus olhos são apenas prantos regando terras áridas, se sou apenas uma sonhadora, se não sou "Ta fleur pour toutes les heures"?.
Nana Pereira
Como posso ter a felicidade se apenas sou frágil escudo contra as entranhas das noites frias?
Como posso querer ter a felicidade, se não sou o teu sonho ?
Quero ter a alma alva, leve, pura, suave,quero ser boa para ter a felicidade plena.
Anseio uma felicidade em profusão, mas sou tola e finjo que não enxergo o egoísmo estampado em tua face ,marcada pela indiferença e o descaso.
Quero a vida plena de alegrias, quero ser lábios sorridentes,livre de pesadelos, pintados com a cor vermelha das cerejas.
Quero ter ouvidos que escutem cânticos vindos dos céus,mas só ouço meu coração que sobrevive desgraçadamente sob as noites sem estrelas.
Quero espalhar da felicidade pelo chão , em forma de pétalas de rosas, onde pisam teus pés.
Mas teu o egoísmo infinito foge dos meus braços frágeis que se estendem pedindo abrigo e estão cansados de te esperar .
Quero - que imensa audácia - ouvir a voz do milagre, uma palavra pequena que seja, para meu coração que precisa ouvir,um sinal que diga que pela manhã a vida poderá renascer junto com o raiar da alvorada trazendo o perfume de uma esperança, a essência dos ventos divinos, um sinal divino dos céus.
Desejo a felicidade, mas como a terei se meus olhos são apenas prantos regando terras áridas, se sou apenas uma sonhadora, se não sou "Ta fleur pour toutes les heures"?.
Nana Pereira
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
No meu jardim moram meus sonhos
No meu jardim moram meus sonhos
Abro a grande porta que dá para minha varanda e imediatamente estou dentro do meu jardim.
É um ritual do qual participo todas as manhãs, mesmo nas manhãs chuvosas.
Eu o considero quase sagrado, já que dá de frente para a igreja de Santa Cecília.
Até parece que as plantas dançam ao som do badalar do sino assim que o dia nasce.
Feliz da criatura que, como eu, ainda encontra num jardim paz ao seu espírito, que sente prazer em cuidar das plantas, que sente orgulho e emoção ao ver uma pequena muda desenvolver-se em folhas , flores e frutos.
Sim, frutos!
Porque no meu jardim cultivo romãs e tomates!
Os pequenos tomates vermelhinhos vão na salada da minha filha, que com orgulho apregoa :
"- É do jardim da minha mãe!"
Talvez por isso, nunca sinto-me só. Sinto-me rodeada de amigos.
O meu jardim é um pequeno oásis numa cidade de concreto e fumaça.É onde meu pensamento viaja enquanto contemplo uma nova flor surgindo ou um pássaro qualquer que veio tomar da água dos meus bebedouros.
É impossível não sorrir e ter o coração invadido de amor!
No meu jardim moram meus sonhos e a alegria de acordar todos os dias!
Nana Pereira
É um ritual do qual participo todas as manhãs, mesmo nas manhãs chuvosas.
Eu o considero quase sagrado, já que dá de frente para a igreja de Santa Cecília.
Até parece que as plantas dançam ao som do badalar do sino assim que o dia nasce.
Feliz da criatura que, como eu, ainda encontra num jardim paz ao seu espírito, que sente prazer em cuidar das plantas, que sente orgulho e emoção ao ver uma pequena muda desenvolver-se em folhas , flores e frutos.
Sim, frutos!
Porque no meu jardim cultivo romãs e tomates!
Os pequenos tomates vermelhinhos vão na salada da minha filha, que com orgulho apregoa :
"- É do jardim da minha mãe!"
Talvez por isso, nunca sinto-me só. Sinto-me rodeada de amigos.
O meu jardim é um pequeno oásis numa cidade de concreto e fumaça.É onde meu pensamento viaja enquanto contemplo uma nova flor surgindo ou um pássaro qualquer que veio tomar da água dos meus bebedouros.
É impossível não sorrir e ter o coração invadido de amor!
No meu jardim moram meus sonhos e a alegria de acordar todos os dias!
Nana Pereira
Madrugada de verão
Madrugada de verão
As horas arrastam-se sonolentas,
O relógio preguiçoso faz tic-tac
Até a lua e as estrelas já dormem
meu coração pulsa no ritmo do relógio,
É madrugada de verão
Roupas espalhadas sobre uma cadeira,
um par de brincos no criado mudo,
um telefone mudo repousa ao meu lado
Seu perfume no travesseiro,
O sino da igreja em silêncio,
Uma lágrima escorre de saudade...
Nana Pereira
O relógio preguiçoso faz tic-tac
Até a lua e as estrelas já dormem
meu coração pulsa no ritmo do relógio,
É madrugada de verão
Roupas espalhadas sobre uma cadeira,
um par de brincos no criado mudo,
um telefone mudo repousa ao meu lado
Seu perfume no travesseiro,
O sino da igreja em silêncio,
Uma lágrima escorre de saudade...
Nana Pereira
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Beijos com sabor de eternidade
A chuva sobre o jardim
A chuva sobre o jardim
Ouça, amor!
É chuva , outra vez a chuva sobre as roseiras.
Venha à varanda para a ver cair,
Ouves?
Ouça, amor, é outra vez a chuva,
a chuva sobre o jardim,
A chuva cai de mansinho,
é melodia para os ouvidos.
Ouça, amor!
Essa chuva que às vezes cai inesperada,
Até parece uma declaração de amor,
um amor intenso, irrefreável e incansável ...
Às vezes, tenho vontade de sair, correr e abraçar-te...
Nana Pereira
É chuva , outra vez a chuva sobre as roseiras.
Venha à varanda para a ver cair,
Ouves?
Ouça, amor, é outra vez a chuva,
a chuva sobre o jardim,
A chuva cai de mansinho,
é melodia para os ouvidos.
Ouça, amor!
Essa chuva que às vezes cai inesperada,
Até parece uma declaração de amor,
um amor intenso, irrefreável e incansável ...
Às vezes, tenho vontade de sair, correr e abraçar-te...
Nana Pereira
Tempo de cerejas
Tempo de cerejas
Para onde vai meu pensamento não sei.
Ainda tenho o cheiro nas mãos das cerejas que comi pensando em você,
a tantos quilômetros de mim
É tão curto o tempo de cerejas!
O rouxinol canta,fazendo festa
Uma brisa suave enche o ar com seu perfume de cereja
E é tão curto o tempo de cerejas...
Nana Pereira
Ainda tenho o cheiro nas mãos das cerejas que comi pensando em você,
a tantos quilômetros de mim
É tão curto o tempo de cerejas!
O rouxinol canta,fazendo festa
Uma brisa suave enche o ar com seu perfume de cereja
E é tão curto o tempo de cerejas...
Nana Pereira
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