Sentia por ele um carinho inexplicável. Gostava de decifrá-lo. Imaginar seu sorriso, suas manias. Imaginar cada um dos seus gestos.
Era um carinho tão grande que mal cabia no peito. Às vezes pegava-me imaginando como seria o dia em que estivéssemos frente à frente .
Éramos apenas amigos e nada poderia mudar isso.
Deixaria escapar que muitas vezes , quando o telefone tocava, imaginava que era ele?
Imaginava também as possíveis reações suas diante deste amor inexplicável, os momentos de tristeza em que ele ouviu-me e confortou-me.
Seria a recíproca verdadeira?
Os cartões de Natal, que ainda guardo comigo, declarações de admiração e amizade . Tudo tão sem malícia !
Seguia a minha vida acompanhada dos pensamentos nele e já não mais sabia viver sem ele.
As pessoas ao meu lado jamais entenderiam este tipo de sentimento, por isso guardei-o exclusivamente para mim. Conversávamos, conhecia um pouco mais de sua vida ,davamos risadas e recebia conselhos sobre minha vida amorosa (ou seria a falta dela?)
Então, aconteceu o primeiro encontro!
Inesperado, doce como esse sentimento que ainda carrego no peito.
Sem muita conversa, cheia de olhares, um abraço interminável .O tempo parou entre nós, durante um breve espaço de tempo fomos um só, duas almas completamente apaixonadas.
Sempre conversavamos tão à vontade ao telefone ,e agora não sabia o que lhe dizer.
Sabia porém o que não dizer e não disse. Falamos amenidades, suspiramos de emoção e nos separamos. Ele partiu e eu segui meu caminho .
Muitos meses depois desse encontro, por ocasião do Natal, veio o convite para um jantar.Vesti-me com rendas , estrelas e sonhos e tão logo chegou, veio em minha direção com aquele olhar que me encanta, peguei em seu braço e caminhamos sob a luz das estrelas .
Deu-me um Cd do André Rieu durante o jantar , colocou o braço sobre meus ombros e pousou sua boca na minha.
Foi o beijo mais doce que ganhei em toda minha vida!
Depois desse dia, ficou impossível vivermos longe um do outro.
E quando eu morrer voltarei para buscar os momentos
que não vivi junto dele.
Nana Pereira
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