Histórias de Sherazade

Histórias de Sherazade

domingo, 30 de dezembro de 2007

Noite de ano novo












É noite de ano novo meu amor
A luz das estrelas iluminam nossos caminhos
Fecho os olhos para não ver passar o tempo
O céu está cheio de estrelas meu amor
Vem, que nos seus braços meu amor é uma canção
e cada vez que você chegar me fará sorrir
À meia-noite todos olharão para o céu
Entretanto, eu olharei nos seus olhos
Procurando o brilho das estrelas,
Tocarei seus cabelos e seu rosto
Sentirei sua respiração ,
Sussurrarei que te amo tanto,
Ouviremos o espocar dos fogos,
Todas as estrelas nos sorrirão,
Tirarás do bolso um colar prateado,
em forma de coração, escrito Meiga
Colocarás em meu pescoço,
Beijarás a minha testa, minhas mãos
Sorriremos um para o outro,
E por fim, me darás o primeiro beijo do ano
Dançaremos nossa canção favorita,
Veremos a luz do outro lado da lua,
Seus pensamentos serão só meus,
Meus pensamentos estarão em você,
É madrugada, estou olhando as estrelas
Parece que eu ainda estou sonhando
E nessa hora esqueceremos o tempo
E tudo o que eu disser serão apenas palavras
Eu tenho sonhos, eu tenho estrelas
Que fazem brilhar o meu sorriso
E acendem a luz do meu olhar
Quando meus olhos encontram os seus.
E o mais é nada!

Nana Pereira

sábado, 29 de dezembro de 2007

Índia loira



















Quando eu era menina, tive uma professora que chamamava-me de "índia loira", por ter cabelos longos, claros e muito lisos.
Tenho o tipo de cabelos que hoje em dia toda mulher quer ter: lisos sem precisar de prancha.
Mas, para desespero de minhas filhas e meu também, sempre gostei de mudá-los.
Não é premeditado, mas quando menos se espera já estou fazendo a besteira.
Muitas vezes entrei no banheiro acompanhada de uma tesoura e saí praticamente sem franja. (É o que minhas filhas chamam de "corte Juruna")
Acho que o problema é falta de juízo, pois se alguém disser que quer que eu sirva de cobaia para alguma transformação capilar, lá estou eu pronta para ser imolada.
Certa vez, quiseram transformar-me em "loira Marylin Monroe"!
Pensam que fugi da experiência?
Claro que não!
A tinta foi insuficiente para cobrir toda a cabeleira e tive que esperar a compra de um novo tubo de tinta.
Fiquei maravilhosamente Marylin bicolor!
Tenho recordações que deixariam qualquer mulher normal em depressão para o resto da vida!
Certa vez, cansada de ter cabelos lisos, resolvi deixá-los encaracolados.
Parti rumo ao salão com o firme propósito de deixar de ter cabelos "lambidos"!
No salão, expliquei o que queria e o cableireiro mais do que depressa partiu para uma permanente.
Enrolou meus cabelos com rolinhos bem pequenos, passou um líquido mal cheiroso e fiquei toda animada para ver o resultado.
Quando os rolinhos foram tirados e os cabelos foram lavados, qual não foi meu espanto quando me vi com os cabelos colados à cabeça.
Meus olhos encheram-se de lágrimas, tive vontade de gritar, mas paguei e fui para a casa, na esperança de que ninguém olhasse para mim.
O pior de tudo, foi quando as crianças abriram a porta e viram uma mãe que não era a delas.
Ficaram horrorizadas e nem tentaram mentir dizendo que tinha ficado bacana.
Foi então que tive um ataque de nervos e comecei a chorar.
Tentaram me acalmar, trouxeram água com açúcar, mas era impossível parar de chorar.
Foi então que tive a brilhante idéia de pedir para elas irem à farmácia comprar algum produto que alisasse meus cabelos novamente.
Era noite,mesmo assim lá foram as duas à caça de um produto que me devolvesse a alegria de viver.
Entraram na farmácia e pediram à vendedora um produto para alisar cabelos. A mulher imediatamente, olhou para elas e perguntou para quem era o produto.
Elas responderam que era para sua mãe.
A vendedora olhou para elas e verbalizou: Nossa! nem parece que a mãe de vocês duas é negra. , Hoje em dia é normal homens brancos casarem com negras e terem filhos de cor clara e cabelos lisos.
As duas sairam da farmácia com um tubo de Henné!
Pensaram no que a mulher havia dito e só então perceberam que o tal creme era para cabelos afros.
Como se o produto fosse uma bomba prestes a explodir, jogaram no primeiro canteiro de flores que encontraram pela frente.
Dirigiram-se então à outra farmácia e aí explicaram o que havia acontecido para a balconista.
Ela ficou penalizada e disse que elas fizeram muito bem e jogá-lo fora, pois eu ia ficar careca se usasse o tal henné.
Desta vez compraram um creme super, mega, ultra hidratante.
Mais aliviadas, levaram o dito cujo para casa.
Fiquei horas com o tal creme nos cabelos, mas nada descolava os cachinhos do couro cabeludo.
Passei dias fazendo banho de creme.
Não me recordo por quanto tempo fiquei com vontade de bater no cabeleireiro, mas os cabelos cresceram e voltei a ter cabelos lisos e lambidos novamente.
Depois disso, desisti de ter cabelos encaracolados.
Mas as experiências com a cor e o tamanho continuam,e vão de vento em popa!
Nana Pereira

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

A espátula de Natal



















Ontem, comemoramos mais um Natal em família.
Mais uma noite de Natal feliz em minha vida!
E sempre é muito alegre , cheia de surpresas e aventuras nossa noite de Natal.
Tento organizar tudo na maior boa vontade, mas surpresas sempre são o ponto alto da nossa festa.
Minha noite de Natal começa às 10h da manhã, quando fritamos as rabanadas à seis mãos ( Favinho, Arlete e eu). Entre cafés, risadas, piadinhas e muita reclamação do calor na cozinha, fazemos nossas "Torradijas" deliciosas!
Assim que terminamos, comemos algumas para nos certificarmos se ficaram boas!
A ceia começa a ser preparada e a casa a ser arrumada para a grande noite.
É claro que sempre falta algum ingrediente imprescindível para a ceia, então alguém é escalado como voluntário para ir ao mercado.
Tudo é muito simples, apenas a vodka é francesa para dar glamour à cozinheira!
O almoço é sempre muito corrido, mas muito comemorado também. Este ano tivemos um almoço com muitos sushis e sashimis.
Às 16h tudo está praticamente pronto, então é hora de repousar a cútis.
Sempre divido a cama com papéis de presentes, tesoura, fitas e durex. Empurro tudo para o canto e durmo para poder aguentar a noite.
A roupa que vou usar é importantíssima, tem que ter um quê natalino e os brincos têm que ser de estrelas!
Às 22h os primeiros convidados chegam e começamos a fazer o nosso mural de Natal. Acho que há uns dez anos criamos este mural para fazermos nossos pedidos para o ano seguinte.
E vocês podem não acreditar, mas o nosso mural é mágico: A maioria dos nossos pedidos são atendidos.
Fazemos nossas orações e entre sorrisos e risadas comemos o artista principal que sempre é servido pela Adriana (só ela sabe fatiar decentemente o peru).
Este ano, para deleite de alguns e desagrado de outos, comprei uma espátula de cortar bolo musical.
Quando parti a torta de limão e ela começou a tocar, todo mundo arregalou os olhos e tentou descobrir de onde vinha a música.
O problema é que enquanto eu cortava a torta ela não parava de tocar.
Após alguns minutos as pessoas já estavam querendo atirá-la pela janela. A coisa foi tão séria que uma convidada mais rebelde embrulhou a coitadinha em um pano de prato (como se fosse uma mordaça) para fazê-la calar-se.
Vendo o desespero de meus convidados, acabei por trancafiá-la em uma gaveta na cozinha.
Hoje pela manhã fui retirá-la do cativeiro e constatei que havia calado-se para sempre.
Nana Pereira

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A romanzeira






















A romanzeira

Quantas surpresas a vida ainda me reserva?
Às vezes sinto-me um ser privilegiado diante da vida com pequenos acontecimentos do meu dia a dia.
De repente, uma música tocada por um flautista anônimo na praça, que entra por minha janela e me faz sorrir.
Um botão que se abre, sem pedir licença e me cumprimenta pela manhã.
Um sonho louco em que beija-flores saem voando de meus ouvidos.
Ou como hoje, um pé de romã, cheio de romanzinhas que ganhei de presente do dono do Café que frequento quase que diariamente.
Coloquei o vaso ao lado da minha romanzeira sem frutos, e fiquei extasiada quando descobri o promeiro bebê, o primeiro fruto do meu pé de romã!
Pequenas grandes surpresas que fazem com que meu dia seja realmente feliz.
Como deixar de ser sonhadora com tantos pequenos milagres?
Como ser triste e desesperançada em meio a tanta alegria e beleza?
Como duvidar que nossa vida faz sentido?
Sem dúvida, as melhores coisas da vida são aquelas pelas quais não esperamos.
Nana Pereira

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Madeleine


























Madeleine

Cabelos soltos ao vento
Olhos brejeiros amendoados
Sorriso com gosto de estrelas
Perfume de banho tomado
Pequeno anjo sem asas
Desejos inconfessáveis
Coxas quentes e macias
Beijos insaciáveis,indecentes
Lábios cor de carmim
Pele morna de cetim
Pétalas de rosas vermelhas
Sonhos impossíveis, inverossímeis
Imensas noites ,longas e insones
Coração descompassado
Poemas de amor infinito
Madeleine menina
Madeleine pecadora
Madeleine sonhadora
Madeleine perdoada
Que amar não é pecado

Nana Pereira

domingo, 16 de dezembro de 2007

Caixinha de música























Caixinha de música

Caixinhas de música são cheias de mistério e encantamento!
Quando as abrimos, parece que entramos em um outro mundo, um mundo de sonhos e beleza sem fim!
Certa vez, minha mãe ganhou uma caixinha de música no seu aniversário.
Penso que foi o presente mais bonito que ela ganhou em toda sua vida.
Ficava sobre a penteadeira fechada, com alguns brincos e anéis.
Não me lembro de vê-la abrindo a caixinha apenas para contemplar a bailarina e ouvir a música que fazia com que meu coração estremecesse de felicidade.
Quando furtivamente eu entrava em seu quarto para ver tamanho tesouro, era como se pudesse transformar-me na bailarina que rodopiava em piruetas rápidas e delicadas ao som de Debussy.
Gostava de fechar os olhos para sentir a música invadir meu corpo e minha alma .
Era como um bater de asas dos anjos, um beija-flor sorvendo o néctar das flores, uma chuva de pó de estrelas.
Hoje, tantos anos depois, ainda consigo sentir um tremor por todo o meu corpo quando recordo daqueles momentos de extrema magia e felicidade.
Nunca tive uma caixinha de música, todavia sinto como se fosse dona de todas as caixinhas de música do mundo.
Agora quando observo o céu e vejo imensidao de estrelas que existem , penso:
-"As estrelinhas ainda se mantem nos meus olhos castanhos e sonhadores"
Elas habitam meu coração, meus sonhos e algum dia , guardarei um punhado de estrelas dentro de uma caixinha mágica com uma bailarina de olhos brilhantes .
Nana Pereira

Sonhando com a felicidade















Sonhando com a felicidade

O meu coração está sonhando
Comos olhos do meu amado
É como a noite
Esperando,esperando
O cintilar das estrelas
Silêncio, por favor
Prá que ele acorde docemente
feliz como a noite
Oferecendo beijos de amor
Estou sonhando com minha felicidade ...

Nana Pereira

Natal de amor



























Um natal com plumas de anjos

com laços de fitas vermelhas e douradas

biscoitinhos em formato de estrelas

pinheiros exalando cheiro de mirra

Um Natal justo e amoroso

Um Natal cheio de brilho

com paetes e lantejoulas

Olhos com brilho de estrelas

doces e meigos sorrisos

Muitas Luzes a piscar

Orvalho de purpurina prateada

Natal feliz

Natal de amor

Nana Pereira

terça-feira, 11 de dezembro de 2007
















Mas quando me sorris,
O teu sorrir ilumina minha vida,
Teus olhos acariciam minha alma …

Que és meu… e que esse amor, esse carinho
Transformam cada palavra, cada sussurro nosso
Em riso e canto, em orquestra afinada!
Nana Pereira

















Com fios de seda
teço uma rede
para deitar e sonhar
sonhar com estrelas
E mil vezes, loucamente
dizer e repetir
que te amo, que te amo...

Nana Pereira